Economia circular: Conceito e Possibilidades (parte 1)

Economia circular é um conceito surgido a partir da ineficácia da economia linear, ou seja, o modelo tradicional de produção. É comum que o produto tenha seu ciclo de vida, que consiste na extração de matéria-prima da natureza, fabricação, distribuição, uso e descarte. O caminho tradicional é linear, com um início e fim bem definido.




Transformar uma reta que termina em lixo em um círculo que envolve o máximo de reaproveito de bens apresenta vários benefícios e possibilidade de ganhos e sustento para muitas pessoas e empresas. Sendo assim a economia circular fomenta o retorno de uso em vários níveis distintos. Abaixo segue um esquema:



Há diversas formas de fazer com que este benefício chegue até a melhoria da trabalho e renda de cidadãos. Começamos pelo perfil de pessoas que possuem uma renda insuficiente para possuir todos bens de consumo para uma qualidade de vida que atenda a maioria dos anseios. O Reuso é estender o ciclo de vida de um produto o adquirindo de seu proprietário anterior ou retirando de um possível descarte. É possível, com um pouco de paciência entender que o mercado tem a oportunidade, por meio da publicidade, de cancelar um produto útil para a vida das pessoas influenciando na compra de um novo. 

Neste caso devemos respeitar aqueles que dão preferência a compra de um produto novo, porém, podemos ver ali a oportunidade de fazer bons negócios e economizar dinheiro. Um bom microcomputador como um Dell Optiplex 990 possui desempenho ligeiramente superior comparado a um Positivo Union C4128A-21 novo, mesmo sendo mais barato e sete anos mais velho. 

Uma Smartv com uma qualidade razoável hoje no mercado sai por volta de R$ 1.800,00 (2022). Porém você consegue reaproveitar uma TV comum de plasma, LCD etc, com entrada HDMI, comprando apenas um TV Stick, como os da Amazon ou Roku. Isso faz com que sua TV usada sobreviva com todas as funções de uma nova, com desempenho superior em vários casos. Este aparelho é de fácil configuração e custa em média R$ 200,00.

O mesmo acontece com carros. Alguns modelos mais velhos podem ser mais duráveis e de desempenho superior a um comprado novo. Marcas como Toyota e Hyundai estão entre as mais seguras, enquanto Fiat e Renault (Dacia) estão entre as menos bem avaliadas. É possível conferir a pesquisa completa clicando aqui. Ou seja, com um pouco de paciência conseguimos possuir um bem de suma importância para a família gastando pouco, tendo paciência e fazendo um planejamento certo.

No mercado de roupas, calçados e acessórios temos os brechós e bazares, uma oportunidade de adquirir produtos de qualidade superior as geralmente encontradas em lojas de varejo por preços bastante baixos. Nas cidades é comum esse tipo de estabelecimento.

Agora falaremos sobre reparo, outra "engrenagem" da economia circular. Aqui temos algumas possibilidades, a primeira é estender o uso de qualquer objeto consertando-o. Também podemos pensar em resgatar objetos do descarte custeando os seus reparos. 

É possível reparar móveis e eletrônicos, por exemplo. Uma TV tem seu valor em boa parte na tela, ou seja, um aparelho bastante danificado com a tela funcionando tem seu reparo com um preço bem mais baixo que adquirir uma. Móveis também podem ser recuperados com noções de carpintaria básica, ou um pouco de criatividade.

Costureiras trabalham com margens de lucro geralmente baixas para fazerem ajustes e reparos em roupas, ficando bem mais em conta consertá-las do que comprar uma nova, em vários casos. É possível inclusive transformar uma roupa fora de moda em uma semelhante ao que vemos nos filmes, novelas e vitrines.

E quando a economia circular atende às pessoas mais necessitadas? Como a economia circular funciona para elas? Veremos as possibilidades na segunda parte.


Fonte: Economia Circular: oportunidades de desafios para a indústria brasileira (CNI, 2018)


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